Ser do Mal

À sombra de Santo Agostinho

Se a Luz se ausentou
Só a Sombra ali ficou!
Todo Mal é assim!
Uma falta sem fim

Ao mudo, falta a voz!
Ao manco, perna veloz!
Ao pobre, falta a riqueza!
E ao lento, ligeireza.

Falta de saúde é doença
Falta ao burro, inteligença
Ao feio, falta beleza!
E ao fraco, fortaleza!

Um vazio com certeza
É do Mal a natureza
Bem é um copo de coalhada
Mal é quando não há Nada

Ser Próprio o Mal não tem!
Ele é só uma ausência do Bem!
Um ser que a Ser não chegou!
Um não-Ser é o que eu sou!”